quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Um chato marco do Cinema-Novo

Terra em Transe (1967) - Direção: Glauber Rocha

Terra em Transe é um filme honesto, sincero e dirigido por uma mente brilhante, capaz, corajosa. Glauber com menos de 25 fizera Deus e o Diabo na Terra do sol - o que eleva minha inveja e me faz perceber que sou quase nada pro mundo -, ao empreender Terra em Transe, o objetivo era tecer uma crítica em forma de um cinema ao mesmo tempo real e poético.

Com traços de Gravas e um pouco de Godard, Terra em Transe acaba por se tornar um filme excessivamente falastrão e, por vezes, inconsistente, devido ao imenso número de saltos do roteiro. Elipses confusas, aliadas a uma poesia visual que não sabe se envereda o caminho da crítica política, ou se firma na mente do jornalista Paulo, leam o filme a um desfecho no mínimo insatisfatório, pra não dizer enfadonho. Um fala não fala desnecessário e pedante gritado aos berros pela trupe de eficientes atores comandados por Glauber Rocha: Paulo Autran, Jardel Filho, José Lewgoy.

Acaba que o filme não conduz bem sua mensagem, ou conduz exageradamente, excessivamente, de forma atabalhoada. O resultado é que enquanto cinema, Terra em Transe fica mais como um planfeto reácionário sem propósito definido, que apenas fazer barulho. E olha que talento nunca faltou para Glauber Rocha.

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