quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

O teatro da vida sendo visto de perto

Closer - Direção : Mike Nichols

Nichols parece que fez de seu filme um marco, que mesmo suscetível a uma enormidade de erros - principalmente de execução - conseguira conquistar com toda a sinceridade possível, o gosto de público e crítica.

São histórias atípicas, sim, nem por isso mesmo, menos humanas. Todos aqueles personagens amam a sua maneira. E, mesmo que Nichols tenha errado em os mostrar por vezes semelhantes em suas atitudes, é fato que cada faceta de seus personagens são mais que reais.

O grande destaque, fica mesmo por conta das atuações, sobretudo a da jovem Natalie Portman. Um Clive Owen sempre fraco, faz sua melhor atuação, o que não é muita coisa, mas que serviu para uma indicação ao Oscar. Jude Law, que é o personagem mais complexo da trama, tem uma excelente atuação, quando efetivamente exigido. Julia Roberts, merece esses tipos de filme, de bons diálogos, e que explorem melhor a boa atriz que o é.

Destaca-te também a cativante Trilha Sonora, linda e bem pontuada - até a Bossa Nova que ouvimos se ajusta perfeitamente ao contexto em que aparece.

Sobre o personagem de Law, o escritor Dan, vale dizer que ele, o mais sincero, foi, justamente, aquele que no meu entender final, se deu pior, amargurou as maiores dores. Mas real, impossível.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Filme-game de Cameron imita estruturas básicas de filmes do gênero amparando-se nos piores clichês possíveis

Avatar (2009) - Direção: James Cameron

Fica difícil até mensurar o tamanho da decepção que esse filme me causou. É uma bomba, de fato. Um filme pode ser prioritariamente imagens e sons. Desde que os mesmos, ou sejam acompanhados de diálogos eficientes, ou de um silêncio que faça das imagens "poesia visual". Cameron sabota tudo isso. O filme tem um roteiro pífio, com uma direção oportunista.

Seja na premissa idiota, a semelhança quase plagiária com Senhor dos Anéis, Star Wars, Dança com Lobos, Matrix, Titanic, Alien; seja na pirotecnia descerebrada onde os fatos conduzem a uma imensa pancadaria, só resta dizer que o filme é uma tremenda barbeiragem amparada em marketing, algo que apenas regride o cinema enquanto forma de arte.

Filme-testamento de Almodóvar é um drama pelo fazer cinema

Todo sobre mi madre (1999) - Direção: Pedro Almodóvar

Talvez seja o filme mais sincero do diretor, certamente, todas as marcas ridículas e brilhantes de seu cinema se fazem presente nesse belo filme cheio de citações (All About Eve, o filme de Joseph L. Mankiewicz, além de Noite de Estréia, de John Cassavetes) e pontuado por boas atuações (ele parece ter feito o filme de forma que coubesse todas suas musas: Penélope Cruz, Cecilia Roth e Marisa Paredes). Uma bela homenagem do cineasta ao universo feminino - que aqui, parece ser bem maior do que aquilo convencionalmente aceito.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Guerra ao terror: filme definitivo sobre a Guerra do Iraque

The Hurt Locker (2008) - Direção: Kathryn Bigelow

Bigelow conseguiu a mesma proeza que à sua época conseguira Coppola com a abordagem da guerra efetuada por Apocalipse Now. É de se louvar o fato de que a diretora estadunidense de 58 anos optou por, através da predominância do suspense psicológico, retratar um bocado da loucura que paira sobre a guerra insana que é travada no Iraque. Mais que isso, Bigelow faz um estudo caprichado de personagens reais, de facetas não mais que humanas. Nesse ponto, "Guerra ao Terror" amplia seu espectro para um destino icógnito, onde o horror torna-se algo rotineiro.

Pode-se dizer que The Hurt Locker vai abocanhar diversos prêmios no próximo Oscar. Apesar de que provavelmente teremos um Tarantino concorrendo, o filme de Bigelow, certamente entra como o favorito a premiação. Tarantino, realmente não tem cara de Oscar, mesmo fazendo uma das grandes obras-primas da dácada - Inglorious Basterds.

"Guerra ao Terror" fala de um grupo de soldados da elite do exército americano, encarragados de desarmar bombas implatadas por terroristas que tentam desestabilizar o poderio estadunidense no Iraque. Tudo, é uma nóia só. Todos, de crianças a idosos, são prováveis inimigos.

A direção segura de Bigelow optou por colocar uma câmera tremida que acompanha aqueles soldados como se fizesse parte daquelas missões. Capta com maestria à intimidade daqueles, mostra seus medos, sua loucura, sua compaixão pelo inimigo. O que a diretora parece nos dizer, é que sob aquele véu de profissionalismo daquele esquadrão, esconde-se pessoas que não entendem bem o porque daquilo tudo, que torcem para se ver livre daquilo tudo, ou vêem naquilo tudo sua razão de vida. Enquanto um soldado não vê a hora de voltar pra seu país e ter um herdeiro, outro quando retorna é apenas para ver seu filho e voltar, talvez para uma última missão.

Personagens densos e bem interpretados compõem a trama. Dentre eles, o eixo da narrativa focaliza-se, sobretudo, no Sargento William James - interpretado com afinco por Jeremy Renner, que chegara para substituir um colega morto em missão. Com centenas de missões completadas, William parece adotar uma personalidade que mistura loucura e irresponsabilidade. Ele aparentemente distoa do medo de seus colegas, e apesar de ser o líder se seu grupo, toma decisões exageradas, mas que dão certo. Todavia, William não é um herói clássico, talvez ele seja mais um louco, pelo qual o perigo da guerra tornou-se a razão de seu viver.

Nesse interim, o que se destaca de fato no filme é o clima de tenssão que Bigelow cria em suas cenas, o que se completa pelas cenas de ação eletrizantes, além do estudos da situação e dos personagens, sempre de uma forma muito sincera, muito bem colocada pela diretora. Nisso, contribui o excelente trabalho de perícia técnica do filme, seja na belíssima fotografia, ou na não menos que espetacular e bem colocada Trilha Sonora do longa. The Hurt Locker impressiona pela categoria como trabalhou tão gasto tema, pela maturidade de Bigelow, que entregara um trabalho digno de mestres.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Bergman em frames II : Persona





Persona (1966), Direção: Ingmar Bergman

Um dos filmes mais difíceis de Bergman, certamente, um dos que o diretor melhor trabalha, melhor tem idéia do que sua arte é capaz. Reflete, inclusive, sobre os limites daquilo que faz. Mais além, Bergman, monta através de suas duas personagens - uma que nada fala em toda a película - um emaranhado de análises sobre questões que passariam a o inquietar a partir daquele momento de sua filmografia.

Um dos grandes destaques fica para a cena de um dos diálogos mais sensuais da história do cinema, onde a enfermeira conta a paciente sobre uma orgia da qual participara.





Qual o futuro de Mallu?


A musicalidade de Mallu é, certamente, incompreendida por parte da mídia pop brasileira. Antes de tudo, da jovem moça folk acaba-se vendendo, criando, transmitindo uma imagem mais ligada à precocidade de suas composições - até eu me lembre, poucas pessoas compunham com tanta intensidade com a idade de Mallu.

A menina meiga, sincera e verdadeira diante da Tv - lembro-me que ela recusou-se a falar do namoro com Marcelo Camelo ao "glorioso" Faustão - um dia vai poder olhar pra si, com mais maturidade e refazer os caminhos de sua personagem artítica.

Vejo, que Mallu tem um futuro promissor. Já cheguei a dizer que sua música é algo em um constante amadurecimento, assim como sua compositora, e que o futuro pode vir a nos mostrar uma Mallu que amplie sua influência para além do folk, desde que não caia nas armadilhas do consumismo de massa.

Sam Raimi: um diretor honesto

Drag Me to Hell(2009) - Direção: Sam Raimi

Sam Raimi, diretor da franquia caça-níquies Homen Aranha, decidira em seu último trabalho, Arrasta-me Para o Inferno, retornar ao estilo - nesse filme esse termo encaixa-se ao máximo - que maracava seus primeiros filmes: o terror trash.

Nada freia o sentimento de honestidade com o gênero do qual Raimi trilha. O filme, em sua essência é uma eterna brincadeira roteirística, onde o que importa é a cena em si, a emoção dela sem si mesma.

Negativamente fica a falta de um melhor apuro estético, seja em compôr um cenário interessante, seja em situar o clima do filme através de uma trilha sonora macabra, o que não acontece. Todavia, o grande mérito do filme fica pela direçãos segura de Raimi, que quando parece que vai estragar o filme com desfechos medíocres, nos brinda com furos de roteiro e cenas brilhantemente engendradas. Talvez estique demais sua premissa, dê reviravoltas demasiadas, explique demais, até. Certamente, Raimi fez um filme divertidíssimo e saldosista a um gênero que parece estar perdido nas duas décadas anteriores.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Uma aberração musical

Móveis coloniais de Acaju

É um tormento. Assim como uma imensa leva de bandas do circuito dito "alternativo" brasileiro, Móveis blá, blá, blá... é uma banda chata, de músicas mais chatas ainda. Um querer misturar metais com guitarras pop, apelar para uma falsa harmonia geral de grupo, sempre alegres, pulando, todos participando ativamente do show, é algo que definitivamente na pele dessa banda não me convence.

O cantor, coitado, jura, através de modinhas e estilozinhos perfomáticos, ter presença de palco, é o mais irritante da trupe. As músicas, uns pseudo-frevos românticos, brega, é tudo aquilo que a MTV tenta criar para o cenário da música nacional, e decididamente nunca vai me agradar.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Os Donos da Noite: o melhor de Gray

We Own the Night, 2007 - Direção: James Gray

James Gray veio chamar muito a atenção da crítica com seu recente "Amantes" - um tanto superestimado, diga-se de passagem -, em 2007, com "Donos da Noite", drama urbano que utiliza de um roteiro quadradinho para reforçar a força que cada um de seus personagens tem, passara quase despercebido pelas premiações pelo mundo.

"Donos da Noite", se passa em Nova York, ano de 1988, quando uma nova droga invade a cidade, trazendo no seu rastro uma onda de crimes aterradora, Bobby Green (Joaquin Phoenix) está num fogo cruzado. Ele é o gerente de uma discoteca freqüentada por gângsteres, mas pretende não se envolver. Apesar do estilo de vida amoral e hedonista, ama sua noiva e sonha abrir sua própria discoteca. Mas Bobby tem um segredo muito bem guardado: seu irmão é um tenente de polícia, que segue os passos de seu pai, o lendário chefe de polícia Burt Grusinsky (Robert Duvall). Bobby não se dá bem com eles e a relação piora quando seu pai o adverte que é uma guerra e que ele deverá decidir de que lado está.

O grande mérito do jovem diretor judeu, ruivo, e com cara de nerd, em "Donos da Noite", é conseguir até de atrizes como a somente bela Eva Mendes conscistentes atuações. O rapper Mark Wahlberg na pele do polícial Joseph Grusinsky , irmão de Bobby, aqui, despe-se de toda aquela caricatura exagerada de policial que fizera em "Os Infiltrados" do mestre Scorsese. É interessante perceber, como a gritante semelhança entre os dois personagens que Wahlberg é resignificada por Gray, sem os exageiros desnecessários, sem a rajada ensurdecedora de palavrões do personagem criado por Scorsese.

Todavia, a Anna Karina de Gray é Joaquin Phoenix. Em "Amantes" a análise é ainda maior em torno do personagem interpreta, em "Donos da Noite", tal com acontecera com Michael Corleone em "Poderoso Chefão: Parte I", o personagem sofre uma mutação de princípios, torna-se um outro, tão ou mais identificado com o público.

Os filme de Gray carregam uma simplicidade imprecionante no trato narrativo, não há labirintos nem grandes estipulias demasiado herméticas na obra de Gray. O que importa é uma boa história com personagens inesquecíveis, que tenham uma vida própia no universo do filme. Estereótipos - traficantes, por exemplo - estão lá, eles são necessários a qualquer filme.

As trilhas sonoras dos filmes de Gray são no mínimo, encantadoras, embalam a trajetória geralmente noturna que seguem os personagens de Gray pela Nova York sobretudo judia no qual Gray ambienta seus filmes. Em "Donos da Noite", a fotografia que utiliza muito de tons dourados é precisa no que se refere a uma ambientação, a criar uma identidade para a obra, bem como também para reforçar o clima daquelas frias noites nova yorkinas.

Vendo hoje, "Donos da Noite" realmente marca pela bela história que consegue transmitir com maestria, mais ainda, por nos fazer perceber o quão interessante pode ser um personagem bem construído. Gray fez sua obra-prima.


quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Bergman em frames I : Hora do Lobo





Vargtimmen, 1968 - Direção: Ingmar Bergman

Tais imagens retratam um minúscula parte do eterno pesadelo ao qual Bergman nos transporta nesse seu instigante filme gótico. O grande diretor, utiliza-se da linguagem cinematográfica para lançar o espectador naquela atmosfera do casal Alma (Liv Ullmann) e Borg (Max von Sydow). Em determinados momentos, os atores - tal como o fazia o personagem Michel Poicard em Acossado de Godard - dialogam com o própio público, diretamente, olho no olho.

Mas, desde os créditos iniciais, quando ouvimos Bergman dando ordens aos técnicos do filme, sabemos que o filme busca ser algo que vá além da realidade palpável. É cinema, portanto.


Persépolis


Persépolis, 2007 - Direção: Vicent Paronnaud, Marjane Satrapi

Pra eu falar de Persépolis, eu tenho que antes deixar claro minha gratidão com a pessoa que me indicara calorosamente essa animação francesa. Anne me disse: "Assista Allan, o filme é muito, muito bom". Como meu 'pé atrás' para animações não é de hoje - tanto o é que além das animações da Pixar e das do idolatrável Richard Linklater, tem Valsa para Bashir que me traz boas recordações -, as expectativas em torno de Persépolis era a de ver algo que apenas trataria de política, com forte engajamento, etc. Ledo engano, a dica de minha colega Anne revelou-se uma das grandes experiências em termos de cinema para mim, nesses últimos dias. Persépolis, de fato, me surpreendeu.

Comentário

Animação francesa trilha à perfeição ao fazer uma simbiose perfeita entre análise político-ideológica e personalidade de sua protagonista. Há uma universalidade nos dramas sentidos por Marjane; há talento e entendimento da linguagem cinematográfica por trás de Persépolis.

Sim. Persépolis é o cinema quase perfeito. Basta ver como a noção de tempo é pintada no filme. O presente, são as cores, vivas e ativas cores; o passado, por seu turno, ganha os tons fortes do preto-e-branco, marca da qual o filme não deixaria de estampar.

A história se passa em uma família de classe média do Irã. Cultos, os pais da jovem Marjane, que com seus oito anos sonhava em ser uma futura profetisa e salvar mundo com isso, ansiavam o melhor para sua filha. Em meio aos acontecimentos que conduziram à queda do xá e de seu regime brutal, Marjane é educada e mostra-se bem próxima de sua avó. O período que segue, com a nova República Islâmica inaugura-se a era dos “Guardiões da Revolução”, que controlam como as pessoas devem agir e se vestir. Sempre com idéias revolucionárias que remetiam a alguns de seus ancestrais, os pais decidem enviar Marjane para a Áustria.

Nesse sentido, o filme parece focalizar a relação entre a vida deslocada de Marjane e o complexo sistema político do qual ela não podia escapar, como em determinado momento - talvez o mais belo da trama - Marjane diz: "Toda liberdade tem seu preço", a narrativa de vida de Marjane tratará de nos mostrar.

A tão complexa situação política do Irã no século XX é passada com talento de quem evidenciou uma revolução que só trouxera radicalidade a um país já atingido pela ganância das potências capitalistas. Tal como Godard em seu "La Chinoise", o olhar que Persépolis lança sobre a política comunista e capitalista é o um olhar de desalento.

A direção do entreante Vincent Paronnaud, que em conjunto com a autora dos quadrinhos, do romance, e ela própia personagem Marjane Satrapi, detalha o filme de bons e interessantes momentos. Não obstante, a Trilha Sonora da animação também se destaca, sobretudo no começo do longa.

Porém, o filme, por vezes, peca no ritmo narrativo mesmo, e embora utilize de bons recursos de animação para auxiliar na história, algumas vezes sobra uma ligeira sensação de pressa ou demora no trato de eventos da vida de Marjane.

Sem mais delongas, o que se pode dizer de Persépolis, é que se trata de uma bela história, de uma mulher que olha com dor para seu passado, uma dor que ao mesmo tempo é de saudade e orgulho dos bons momentos que passara com sua família e seus amigos, é um passado de vergonha por causa do regime autoritário que governa sua pátria.




terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Espírito da Colméia

El Espíritu de la colmena, 1973 - Direção: Victor Erice - Elenco: Teresa Gimpera, Ana Torrent, Fernando Fernán Gómez, Isabel Tellería.

Interessante premissa é sabotada pela falta de ousadia do diretor Victor Erice. Ainda que tente, "O Espírito da Colméia" acaba sendo uma história mal explorada e que sobressai pela perícia técnica.

Embora filme com talento de quem sabe explorar ao máximo cada plano de seu filme, Erice peca e muito na forma distanciada e medrosa de utilizar seu roteiro, tanto que, ao final, fica uma enorme ponta de decepção - e olha que o filme custa muito a engrenar.

Erice também se destaca na direção de seus atores, sobretudo os infantis. A fotografia serena dá ao ambiente um tom de neblina interessante. Todavia, a Trilha Sonora parece destoar daquilo que faz a Fotografia, Erice e seu roteiro, mais ainda.

Toda essa decepção, começa no interior da Espanha, em tempos de guerra. Um cinema passa pelo lugar, exibe "Frankestein"; duas garotinhas, as irmãs: Ana (Ana Torrent) e Isabel (Isabel Tellería) estão determinadas a encontrar essa estranha figura de que passará pela região. Acontece que o foco muda, quando à procura dessa criatura, uma das meninas acha um fugitivo de guerra, ao qual ela acredita tratar-se de "Frankestein". Afeiçoa-se a ele, mas terá uma surpresa tempos depois. Para nós, o tempo para a surpresa é curto, e a surpresa é rasa e decepcionante.

Erice arrasta demais seu filme, no sentido narrativo mesmo. Direcionar todo o longa em cima do pensamento de uma criança é uma atitude corajosa, e que deve ser controlada sabiamente, o que não acontercera por parte de Erice.

O não mais que sonolento filme de Erice revela-se uma decepção, ainda mais porque dizem por aí que é a grande fonte de uma profícua leva de filmes espanhóis com tons de terror/suspense surgidos nos últimos anos. Falta muita substância maturidade cinematográfica a "O Espírito da Colméia", que fica apenas como uma bela fotografia filmada em belos planos, com atuações espontâneas de seu elenco infantil. Faltou contar bem a boa história.

Decididamente Kubrick era fodástico - Parte I








Uma pequena amostra de que Kubrick não dirigia filmes, mas eventos marcantes pro cinema. Isso tudo, é 2001: Uma Odisséia no Espaço (1968). Um filme que eu me sinto pequeno em falar sobre.

Por que? Pra que? Como?

É basicamente sobre cinema, música, eu, você, de tudo pode aparecer por aqui. O certo, é muita coisa quase boa, mas geralmente muito ruim pode preencher sua impaciente leitura nessa página.

Sobre o cinema, essa tão magnífica e estranha coisa que muitos dizem ser arte - depois de assistir a Pierrot, le fou, eu tendi a acreditar que sim, é uma arte - que me fascina não sei como. Mas fascina, isso importa. Sozinho, gritando palavrões as 2 hrs e tantas das quentes madrugadas desse buraco de mundo em que nasci, mas fascina, eu gosto, ainda me emociona. Vou comentar, repostar comentários - que meu ego jura ser críticas cinematográficas - do Cine Players, chingar, elogiar, babar filmes e diretores que me passam a vista. Podendo até, dependendo de minha fraca paciência especular algo sobre filmes que estão por vir.

Música, pra mim, é diverssão, entretenimento, mas tem que ser boa, ter bons rifes, ter inspiração. Menos constantes do que as postagens sobre cinema, será basicamente uma revisita de bandas clássicas do rock - brasileiro e gringo -, análise de discos, música, performance, o que eu entender que é bom, afinal.

Sobre mim, decididamente pode ser a parte menos interessante do Blog, sem dúvidas, a mais engraçada. Vou falar sobre um pouco da minha experiência como estudante universitário - diria prestador de serviços por vezes forçados? -, minhas aventuras por esse mundo louco, sobre o que vejo, ou finjo não ver, enfim, sobre bobagens.

Talvez por ser férias, as coisas fluam com mais facilidade. Talvez por ser férias, algumas bebedeiras homéricas me empessam de postar algo decente. Certo é que tem um bocado de coisa pra sair esses dias.